segunda-feira, 25 de julho de 2011

TEM QUE SER AGORA?

Ouvindo Michael Jackson,

"and they say: why? why?"

Sua voz me comove quando estou bem, pense quando estou assim, neste intervalo de alma...

Olhando fotos de hoje e de outrora sinto uma tristeza que a máquina capta, registra e nos entrega. O puncto de Barthes é meu olhar tristonho e cansado.

Sou uma jovem senhora cansada.

Dos cabelos brancos à celulite, tudo em mim envelhece.

Afi, entra Gonzaguinha... Será que eu te aguento?

"Coisas dessa vida tão cigana. Vontade de chegar e olha eu chegando e vem essa cigarra no meu peito já querendo ir cantar em outro lugar..."

Mas o olhar na foto... este não tem tinta nem jeans que esconda.

Talvez outros nem percebam, mas eu que sei dos olhares que já tive, grandes olhos árabes dando voz ao olhar curioso e apaixonado de adolescente tão esfomeada que fui um dia.

Tantos sinais de mudança. Tantas convocatórias.


E os planos? E os desejos? Chora essa saudade estrangulada.

Saudade da porra de mim.

Eu era um projeto tão legal.

É preciso, mais que nunca, prosseguir.

Pra onde, Gonzaguinha?

Ai, que agora sento em frente à Tabacaria de Pessoa e simplesmente sou.

"Que sei eu do que serei, eu que nem sei quem sou?"

Os mesmos erros. As mesmas dúvidas chatas, como as nuvens de Ariano.

Sometimes I fell like a motherless child.

Essa playlist vai me matar.

Não consigo me concentrar.

Angústia e tristeza são bichos ruins. O mundo perde o brilho.

"Todo dia a gente vai dormir pensando em acordar amanhã. Mas quando a gente acorda, sempre ainda é hoje." Iracy, minha mãe.

3 comentários:

  1. Nossa, arrazooou nas palavras!!

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  2. Professora, essa sua postagem me recordou de uma poesia minha, produzida no ano passado, quando você fala: " E os planos? E os desejos? Chora essa saudade estrangulada.
    Saudade da porra de mim.
    Eu era um projeto tão legal.
    É preciso, mais que nunca, prosseguir."
    Recordo do inicio da minha poesia: " sinto falta de mim, do meu eu perdido por ai, procurando respostas na multidão, colorindo o mundo com vigor e paixão" vou levar na aula depois pra te mostrar.
    Acredito que ouvir música e interiorizar é sempre um pouco mergulhar em nostalgia e saudade!!! Sucesso Drica!

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  3. Polizinha, vc é tão novinha para essa saudade de si. Mas, quem de fato sabe a idade de nossa existência, né verdade. Quem sabe quantas vinte e quatro horas podem haver dentro de cada um de nossos tão únicos dias. Sim, a música fala à alma e sem ela, seríamos piores. Obrigada pelo carinho, minha flor. De verdade. Quero mutio ler sua poesia. Abraços.

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