terça-feira, 31 de maio de 2011

AMOR E TEATRO: UMA COISA DE DOIDO

 Primeiro, segundo e terceiro sinais...





Fumaça.
Luzes.



Uma oração aos deuses do teatro. Cuidem de nós, santos anjos da doidice.

Folhas ao vento.

E os anjos logo apareceram: Andreato, Shakespeare, Artaud (tinha um Artaud ali, não tinha?), Adélia Prado, Fernando Pessoa, Edith Piaf e tantos outros que eu talvez não tenha reconhecido a cara, reconhecido a fala, reconhecido as asas.



Roupa de louco tem asas. Aquelas grandes mangas para prender. Aquelas grandes asas para voar.

Folhas ao vento.



Todo doido é meio rei. Todo rei devia ser meio doido.

E segue o desfile de santos e doidos, desfile de dores e pruridos, desfile de acertos e desmandos, desfile de humanidades, ali, se declarando palco, se declarando arte, se afirmando vida.

Folhas ao vento.

E aos poucos a gente era um só. Essa gente estranha de teatro. Do lado de cá, do lado de lá, tudo junto reunido sobre o manto sagrado de ser gente.

UM BOCADO DE GENTE SOZINHA, TUDO JUNTO. SOLIDÃO COMPARTILHADA. FORTALECE E REDIME.*


Gente que ama, que confessa e que abandona.

Gente que admira o amor que dorme. Gente que espera a volta.

Folhas ao vento.



Amor de vela acesa. Amor de vela queimada. Amor de velas ao mar.

Só faz arte quem ama. Só ama quem é gente. É mais gente quem faz arte.

O amor e a arte. O amor é a arte.

Silêncio. Escuro. Aplausos.

Plácida, sutil e silenciosamente Elias sai do palco.

A plateia enlevada, começa a voltar a si, transformada.

Mas existe uma coisa chamada realidade:

"Atenção. Nós pedimos a todos os presentes que desçam cautelosamente ou que aguardem, porque houve um tiroteio no Pelourinho, alguma coisa muito grave, porque o ensaio do Olodum foi suspenso. Já chamamos a Polícia para que faça a saída de vocês com segurança." Aninha Franco

Como assim? Depois de um espetáculo sagrado de amor e magia, a realidade nos dá assim, esse tapa na cara? Como assim? Nossos filhos assustados, eu, vítima do medo, já me tremendo toda, os espectadores sem saber se comentavam a peça assistida ou a peça pregada pela vida.

Mas, no meio da confusão que aos poucos se dissipava, ninguém tinha muito ânimo para falar e nem a gente tinha clima para abordar os assustados espectadores. Vale a pena conferir, mesmo assim, o depoimento emocionado de Igor Epifânio que nos atendeu carinhosamente no GOL DO ESPETÁCULO, CLIQUE AQUI.

Quando a paz já voltava a reinar, a calma e a sensatez nos reencontravam, Elias surge como o doido que é: Doido-calmo, doido-tranquilo, doido-gentil, doido-suave. Um homem que vive por amor. Um doido doce, humano e generoso.

Foi assim, nesse clima de paz que fizemos, com muito respeito e admiração o DEZ MINUTOS COM... Compartilhe com a gente este momento, clicando aqui..

Assistiu? Se emocionou? Não viu? Ficou com vontade? Comenta aí, vai.


* Trecho de Solo Compartilhada, de Adriana Amorim, sobre trecho de Calendário da Pedra de Denise Stoklos.

FOTOS DESTE POST: alam félix.
LEIA ESTE POST ANTIGO QUE EU ACHEI SOBRE ELIAS TAMBÉM:

EU QUERO MAIS É SERMUITO FELIZ - Para Elias Andreato


FICHA TÉCNICA

Texto, roteiro e direção: ELIAS ANDREATO
Luz: WAGNER FREIRE
Figurino: LAURA HUZAK ANDREATO
Cenário: LUIS ROSSI
Programação visual: ELIFAS ANDREATO
Assistência de direção: DAVID KAWAI
Fotos: SELMA MORENTE
Realização: MORENTE FORTE COMUNICAÇÕES





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2 comentários:

  1. Olá

    Sou uma nova leitora aqui no seu blog.

    E darei agora a minha opinião pelo post:
    O que é a arte?
    Uma vida inventada? Talvez
    Uma grande mentira? Talvez
    A verdade que a arte, o teatro é aquilo que todos queriam que fosse a verdade.
    O teatro é contagiante, é alegre, é charmoso, é só felicidade.
    Mas assim que descemos do palco, temos que enfrentar a cruel realidade.
    As vezes penso que se todo mundo fosse um pouco ator e atriz... a realidade hj, não seria tão cruel.

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    Eu sou novata aqui nesse mundo dos blogs sobre a arte.
    Tinha um outro blog, mas sobre outra coisa.
    E agora estou começando o meu blog, junto com a minha vida artistica.

    Dâ uma forcinha, sim?

    Beijos

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  2. Sara, que visita boa. Vc assistiu ao espetáculo? É um momento de magia, onde as perguntas não são respondidas, mas a gente sente uma coisa boa no coração. Pra que responder, né? Toda boa resposta no fim, gera uma nova pergunta. Que bom que vc veio ao blog, que bom que está no mundo das artes. Que bom que ficou doida. Vou dar uma olhada no seu blog. Grande abraço.

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